LaborAtorial

"Eu preciso que vocês me ajudem. Eu quero que vocês vejam!."







Eu cheguei em casa e chorei...


Que loucura, quanta emoção e sentimento dentro de mim borbulhando. A noite será longa, o sono demorará à chegar. Por que?! Porque me vi, novamente, mas muito mais profundo, em um palco, sendo representada por um ator, não - ator não, pelo Marcelo, um ser humano igual a mim, mas ao mesmo tempo, meu oposto.
Me olhei, mas não num espelho ou no outro, e sim por dentro, pro meu interior. Me resgatei, puxei meus desejos, sonhos e aticei um pouco mais aquela chama que estava tentando se apagar.
Com certeza, se eu não estivesse acostumada/acomodada, se tivesse seguido aquela voz que ecoava na minha cabeça: 'Acho que é pra ir, vai!", sem dúvidas teria ido, levantaria da cadeira e iria com você (lê-se: comigo mesma). Mas tinha uma outra voz dizendo:"hmmm...melhor não, acho que nãoo é pra ir...será?!". Então fiquei, sentada.
Optamos por fazer aquilo que já nos é conhecido, que sabemos como será o resultado. Porque levantar da cadeira, no meio de um monólogo, e sair pela porta com o ator, é no minimo considerado doido. Onde já se viu uma coisa dessas? Mas ele falou pra mim, olhando dentro dos meus olhos, eu senti: - "Estamos juntos...e você, vai comigo." Mas eu não fui....caramba! Agora penso, poderia ter ido. 
Aqueles minutos foram intensos.


Eu vi, me vi, vi o Marcelo.


Eu senti, me senti, senti o Marcelo.


Que coisa doida...um olho no olho, mas não somente o ato de olhar, e sim ver, enxergar o outro, tão inteiro e ao mesmo tempo em fragmentos. Ver além da casca, sentir não só na pele. Me vi no outro e isso mexeu comigo. Como uma pessoa 'desconhecida' da minha vida, conseguiu entrar pelos meus olhos e me levar junto? Me senti vulnerável, confesso, como se a pessoa pudesse enxergar tudo o que penso e sou. Fiquei impressionada (ainda estou, por isso, escrevo esse texto, agora, 01:00 hora da madrugada!)
Não, não levantei da cadeira....
Mas o sentimento de gratidão por ter vivido isso me basta. Cheguei em casa e chorei!
Marcelo Valle, sozinho ou com alguns dele mesmo, num espaço pequeno e sem grandes apetrechos, foi capaz de transmitir tanta coisa que é difícil acreditar ser possível. E felizmente foi!
Sei que a cada peça que assisto me transformo, me dou e trago um pouco pra mim também, é uma troca invisível e intangível. Mas essa foi um tiquinho mais especial, tão próximo, tão íntimo, tinha algo além daquilo que estava ali, bem na nossa frente.



Foi Incrivel!!! Parabéns à todos os envolvidos e Marcelo, muita boa sorte sempre!!!!!
 Espero ansiosa pelos próximos "capítulos".



Comentários